quarta-feira, 21 de abril de 2010

EMBRIAGAI-VOS....HIC ....HIC !!


“Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais conta. Para não sentir o horrível fardo do tempo em que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra, deveis embriagar-vos sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude. À vossa escolha. Mas embriagai-vos. E se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais já diminuída ou desaparecida a embriaguez, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo que foge, a tudo o que geme, a tudo que rola, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio vos responderão: “São horas de vos embriagardes. Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar. De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha”.
Se bem que aqui não era vinho,era virtude......

(Charles Baudelaire)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

HONROU-ME A SUA PRESENÇA .......!


Talvez um pouco romântico, mas honrou-me a sua presença, acabada a instrução, o CSM estava concluído uma etapa vencida e as honras merecidas.
Ataviados à maneira, a botas a brilhar que nem espelho , era o tempo de nós transmitirmos a outros o que nos foi ensinado.
O capitão Salgueiro Maia esteve presente, ele e alguns oficiais , discurso solene e a colocação da respectivas graduações...os dourados brilhavam e os "maçaricos" estavam prontos para o que se seguia,eu para os Dragões de Olivença em Estremoz.
Orgulhosos do " feito" lá partimos....
Primeira prova , desci a estação de Santarém para apanhar o comboio para Sousel e logo nos apareceu a PM que era comandada por um furriel da minha patente, mas que me ensinou que a velhice na tropa é um posto- Ouça lá nossa amigo então a continência...... eu maçarico fiz o gesto mas espera lá este é da minha patente não vou fazer e o sacana começou a rir-se .... e desejou -me felicidades!
Mais um trilho..... mas este com botas da tropa não de sapato luva!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O FIM DE SEMANA ...ESPERADO!


Parada da Escola Prática de Cavalaria, onze horas da manhã, sexta -feira acabados de chegar a caserna , doridos e cansados , fomos mais uma vez postos à prova a capacidade de sacrifício e o poder de encaixe.
A patrulha de resistência , uma das provas maia duras do nossa instrução, na noite de quinta-feira fomos transportados ,numa " berlie" fechada sem nos apercebemos onde seriamos deixados à " nossa sorte".
Estávamos "cegos", para nossa orientação tínhamos uma bússola ,e os mapas da região, a patrulha teria que chegar a Santarém á EPC, à nossa disposição a noite para caminharmos e todos os obstáculos para ultrapassarmos.
Um cantil de água , os arreios e burnal a G3 e pouco ou nada para comer. quem pagou com tal carência foram as melancias , mesmo verdes que apareciam no nosso caminho, factura era passada à EPC.
Umas vezes perdidos outra vezes orientados, tínhamos por sorte na nossa patrulha o instruendo Edgar , que facilitou as coisas.era da região.
Diziam que eram 60 kns , se eram ou não não sei, o que sei é que andamos toda a noite, das 22 horas de quinta ás 11 horas de sexta.
Houve patrulhas que se perderam e que chegaram bastante mais tarde e outras que tiveram que as procurar.
Banho tomado , cansados e com a imensa vontade de irmos de fim de semana , cometi um lapso, não desfiz a barba e correríamos para a formatura para receber as licenças , o sacana do oficial de dia e como era da praxe em Santarém o aprumo dos seus soldados,passou-me com o indicador pela face e disse-me -Nosso Instruendo se quiser ir de fim de semana , volte à caserna e aprume-se .... Porra pensei eu , nem mesmo hoje , depois de tanto merda passada sujos e com a barba de umas horas.
Mas queria vir de fim de semana , e lá a fiz.
DE licença de fim de semana na mão .. vim à boleia , resultado deixei me dormir no carro de um casal que vinha para Montemor-novo, só tive que pedir desculpa e tentar chegar a casa.

Ó MINHA TERRA DA PLANÌCIE RASA!


Ó minha terra na planície rasa,
Branca de sol e cal e de luar,
Minha terra que nunca viste o mar
Onde tenho o meu pão e a minha casa…

Minha terra de tardes sem uma asa,
Sem um bater de folha… a dormitar…
Meu anel de rubis a flamejar,
Minha terra mourisca a arder em brasa!

Minha terra onde meu irmão nasceu…
Aonde a mãe que eu tive e que morreu,
Foi moça e loira, amou e foi amada…

Truz… truz… truz… Eu não tenho onde me acoite,
Sou um pobre de longe, é quase noite…
Terra, quero dormir… dá-me pousada!


Florbela Espanca

AMIGOS DISTANTES....


Recado aos Amigos Distantes

Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.

Nem sempre os que estão mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando é dia.

Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso
e me dou tantos trabalhos.

Não condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.

Por mais que longe pareça,
ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança

(estes e mais alguns)
Fonte: Cecilia Meireles

quinta-feira, 15 de abril de 2010

POEMA ESQUECIDO


Poema esquecido

Sou o poema esquecido

No fundo da gaveta

Na inconsciencia do poeta

Na inconstancia do momento

Nas profundezas da alma

E na superfície do esquecimento



Sou o poema perdido

Que perdeu sua razao

E nao faz mais sentido

Como um resto de emoçao

Ou um orgulho ferido



Sabes aquela pequena lagrima que nao correu

Um pedaco daquela dor que nao morreu

E aquele fragmento de sonho que se perdeu?

Um pouco de todos eles

Sou eu



Mas tambem sou

Parte daquele sorriso que te alegrou

Aquele abraco que te agarrou

E metade daquele beijo que te beijou

Assim se os destinos de alguns poemas

Viram inspiracoes esquecidas em coracoes

Mantendo para sempre a poesia viva

E um instrumento em nome do amor, da paz

E das emocoes

Nao sou mais nem menos do que um poema esquecido ...

Que sempre te amou

domingo, 11 de abril de 2010

ASSIMETRIAS....


Medo de viver
Medo de morrer

Medo de amar
Medo de aceitar

Medo vencer
Medo de perder

Medo de ficar
Medo de partir

Medo da solidão
Medo da multidão

Medo da saudade
Medo da felicidade

Medo de correr
Medo de recorrer

Medo de ter
Medo de não ter

Medo de criar
Medo de não concretizar

Medo de ser
Medo de não ser

Medo de enriquecer
Medo de empobrecer

Medo de conquistar
Medo de rejeitar

Medo de ver
Medo de não ver

Medo de falar
Medo de não falar

Medo de ter Medo

sexta-feira, 2 de abril de 2010

MEMÓRIAS DO PASSADO...TRADIÇÕES DO PRESENTE


A vida é o dia de hoje,

A vida é ai que mal soa,

A vida é sombra que foge,

A vida é nuvem que voa;

A vida é sonho tão leve

Que se desfaz como a neve

E como o fumo se esvai;

A vida dura um momento,

Mais leve que o pensamento,

A vida leva-a o vento,

A vida é folha que cai!