segunda-feira, 30 de maio de 2011

SIGO CAMINHANDO ...... !!


Sinto a calmaria nos meus dias
A leveza nos meus ombros
Tudo tão leve e suave

Caminho sem pressa
Caminho sem esperar por nada
Caminho sentindo o sol forte que queima meu rosto
Caminho e sinto o abafamento da falta de vento
Caminho em uma estrada solitária

Não vejo ninguém
Não vejo movimento
Apenas a calmaria da paisagem sem vento

Sinto as pedras na sola dos meus pés
Sinto o gelado da grama e o quente do asfalto

O dia vai mudando
Leve brisa agora bate no meu rosto Refrescando o sol antes escaldante
E com a brisa algumas nuvens que deixam o dia nublado e o sol antes forte agora escondido

Chega o pôr do sol

O dia fica amarelo...gosto de vê-lo assim
Fica com mais cor
Fica mais vivo

O vento aumenta, parece anunciar que a chuva loga vai chegar

Sigo caminhando
O vento pára
as nuvens continuam a encobrir o céu e o sol agora se vai
O anoitecer chega

E eu...
Continuo a caminhar sem enxergar ninguém....

sexta-feira, 27 de maio de 2011

CASTELOS DE AREIA ..... !!!


Tudo no que realmente se acredita de repente............
começa a desmoronar...como um castelo de areia construído na beira da praia...
arduamente erguido quase que grão a grão...
Porém, cedo ou tarde virá a água salgada do mar e o castelo se desmancha quase que por completo, restando apenas ruínas...
Ou talvez o vento, que vai destruindo o castelo pouco a pouco levando grão por grão de areia, lentamente...dolorosamente...
Digo isso por talvez aquilo que um dia talvez sempre acreditei começa a se desmanchar e começo devagar a desacreditar e deixar de me iludir...
E são coisas simples..detalhes..incluem-se também coisas grandiosas...coisas que fazem falta mas que assim como o vento que leva os grãos de areia embora..
Leva também aquilo que num dia acreditei...

terça-feira, 24 de maio de 2011

QUANDO EU ERA PEQUENINO .......



!!

Quando eu era pequenino e espiava o mundo atraves da imaginação, pela altura da feira em frente ás hortas de Sousel, havia sempre um amigo meu que ia para lá vender algodão-doce. Um dia, resolvi sair … e fiquei a ver o amigo transformar o açucar em nuvens, em mágica, em pedaços de carinho. Quando ficou pronto, mal podia acreditar! Agarrei no algodão e desatei a fugir.
Lá de longe, o amigo gritava: “Oh Zéeee, mas então e o dinheeeeeeiro?” Eu virei.me e respondi: “Nao quero! Nao preciso do dinheiro! Só o algodão-doce já é bom!”
O amigo gargalhou e logo respondeu: “É assim mesmo, não é Zééé ? Só o algodão-doce já é bom!”
Depois… depois eu cresci… e comecei a ter de pagar pelo meu algodão-doce.......

domingo, 22 de maio de 2011

LEMBRANÇAS..... ESQUECIDAS !


Certas músicas e canções geralmente nos remetem a lembranças, momentos, situações, pessoas...
torna-se quase inevítavel....
com pessoas e lugares então, é quando mais acontece...
ouvimos trechos, frases, melodias e lembramos no mesmo instante que em determinado momento estávamos em algum outro lugar com alguém em algum momento bom ou às vezes em momentos nem tão bons assim, mas lembramos, quase sempre lembramos...
e talvez pra minha surpresa em um lugar longe daqui ouvindo certa música com certa letra que inevitavelmente me remeteria a pessoas e a momentos, não me veio absolutamente nada a cabeça, isso mesmo, nada...nenhum momento, nenhuma pessoa, nenhuma situação, nenhuma lembrança...
achei estranho e procurei lembrar de algo..e nada...nada me veio...
vasculhei e percebi que meu pensamento estava completamente vazio, então apenas curti a música, a letra, a melodia.....sem lembrar absolutamente...de nada..

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OLHARES ...... !!


Gosto de olhares e da vida que encerram, do que me
transmitem. Gosto de tentar perceber o que vai dentro da
pessoa pelo seu olhar. Gosto de olhares límpidos, cristalinos,
de gente que se entrega, olhares que não escondem nem
têm medo ou pudor de o fazer.

Isto a propósito do prazer que tenho em ver alguém
desembrulhar um presente que eu ofereci e lhe perceber um
brilho no olhar!

Não tem "obrigada" ou um beijo que supere um olhar cheio
de luz, naquele momento. Constatar que foi uma escolha
acertada! Às vezes nem se oferece aquilo que se quer, mas
verificar que se acertou, é "tudo de bom".
E querer dar mais e mais...

A frase (batida) "os olhos são o espelho da alma" faz todo o
sentido na minha vida.
Não suporto quem não me olha de frente, porque é assim
que gosto de encarar os outros... e a vida!

E então, por isso mesmo, os olhos são mesmo o espelho
reflector da imagem do que vai cá dentro. Quem me
conhece sabe que é verdade. Não só pelos meus olhos, mas
também neles, é perceptível o estado da minha "nação".

Há coisas que não mudo, por mais que tente, e esta é uma
delas.

Os olhares encantam-me, seduzem-me, aprisionam-me!

domingo, 15 de maio de 2011

PÉROLAS !




Uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas.
Pérolas são produtos da dor; resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.
As pérolas são feridas curada.

Na parte Interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada Nácar. Quando um grão de areia a penetra, as células do Nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra

Uma Ostra que não foi ferida de algum modo, não produz pérolas pois as pérolas são feridas cicatrizadas.

· Você já se sentiu ferido por palavras rudes de alguém?

· Já pôs a sua confiança em alguém que lhe enganava?

· Já foi acusado de ter dito e feito coisas que não disse e não fez?

· Já foi traído a ponto de ver seus sonhos ruírem?

· Você já sofreu os duros golpes do preconceito?

· Já recebeu o troco da indiferença e,

· de algum modo, sente-se injustiçado ou prejudicado por alguém?



Então, produza uma pérola.

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.

Infelizmente são poucas as pessoas que se interessam por este tipo de movimento. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem.


Na prática, o que vemos, são muitas ostras vazias. Não porque não tenham sido feridas, mas, porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor,

Eu lhe convido a refletir sobre isso.

(autor desconhecido)

VELHOS,PASSADOS !


Foi aqui que tudo começou a ganhar vida.
Sim nesta velha lareira, outrora cheia de vida e esplendor.
Apesar dos meus meros 57 anos, sou do tempo da boa e antiga educação à portuguesa, dos bons velhos e saudosos costumes e valores.
Sabem porque?
As crianças eram educadas também pelos avós, que lhes transmitiam esses valores.
Muitas foram os serões passados junta a essa lareira, palpitante, a sopa a cozinhar, a avó a ensinar o neto a ler e escrever, a ensinar sábios valores morais, a luz do candeeiro a petróleo. Sim, naquela altura ainda não havia luz eléctrica, por isso não tínhamos televisão, mas isso por si só não é motivo para nos privar de uma boa conversação. Sabem porque, mais tarde a luz veio, mas os bons velhos costumes permaneceram.
É tudo uma questão de hábitos, sim hábitos, ou não será afinal o Homem um animal de hábitos.
Ter-se-á tudo isto perdido "na lixeira da nossa civilização"?
O nosso futuro está nas mãos de quem não sabe mais dar o valor a tudo isto. Interessam-se mais pela televisão, jogos, guerras, sangue e violência.

O homem que sou hoje, parte devo-o a minha saudosa avó.

sábado, 14 de maio de 2011

É JÁ ALI........ !!!



Lembras-te, ? Lembras-te de quando reuníamos a trupe de vizinhos da Aldeia Teles e, cavalgando e empunhando paus de vassoura - cavalo e espada - percorríamos em formação de combate todas a ruas em redor, tentando desmontar o inimigo? E de quando disputávamos os jogos de hóquei, sem patins e tacos de pau , sem nunca sair da vila , sem treinadores ?
E lembras-te das viagens feitas na carcaça do velhos do carros de mulas, de pé sobre os bancos .......
E as travessias oceânicas na ribeira das "mulheres "
E como era gratificante pular de barco em barco, na ribeira , ou no cais imaginado. Que navegações magníficas fazíamos nesses tempos. Viajávamos em paquetes que num só dia iam e vinham ....... redescobríamos as costas de África, o Brasil e a Índia. Era nesse velha Nau, que a puta da imaginação não conhecia limites.
Por vezes, a tripulação amotinava-se e dividia-se deixando a bordo da nau encalhada os mais obstinados, ou musculosos, enquanto outra facção abandonava o navio e recolhia-se em birras e o filme mudava para as aventuras do Buffalo Bill,depressa mudávamos a cena ,desde que todos tivessem armas de pau .....e então era a "Batalha " pumm está "morto" . E os almoços esquecidos – que isto de andar em guerras e aventuras esforçadas tira a fome – garantiam ralhetes à chegada ao aquartelamento. Mas era assim mesmo. Tínhamos que navegar muito, ou nunca seríamos dignos herdeiros das tradições dos que dobraram o Bojador e o Boa Esperança, chegaram à Índia e atravessaram o mar......
Hoje, são iates que lá estão nas Marina. Limpinhos, lustrosos e cheios de mariquices. Desconfio que mesmo quando saem para o mar, não navegam nada.
E tu, Zé, continuas a navegar? Remendaste as tábuas partidas dos teus sentimentos e deixas que a imaginação ainda te emocione? Por onde voas agora no velho avião que sempre sonhaste pilotar? Eu sei que navegas. E quem navega, ou parte à descoberta do mundo e encontra partes de si, ou parte à descoberta de si e encontra o mundo.
Não fundeies o navio ou o avião, Zé , não largues a âncora da imaginação. Navega, navega sempre!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

LABIRINTOS ....


Quem me dera...
Que a vida fosse um livro, no qual eu pudesse encerrar um capitulo e prosseguir outro, reescrever, rasgar páginas dele, as quais de uma forma ou de outra e impedem de avançar nesta obra que é a vida, poderia assim encerrar esta página estagnada que se tornou a minha vida, por causa de uns erros que me estão a sair demasiado caros, que influência de tal forma os próximos capítulos.

Eu que sempre fui uma pessoa cheia de objectivos, esperanças, já não os tenho, e a esperança quase se foi.
Poderei eu apagar os meu erros, o meu passado, seguir em frente, renascer, num nova esperança, um homem novo, bem tento novas abordagens de ludibriar a falta de tudo, mas o tempo passa e a esperança esvanecesse, retorno sempre ao ponto de partida, como que se estivesse num labirinto perdido, num ciclo infinito...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O CONDICIONAL ..... !!


No passado aspiramos chegar ao presente que hoje vivemos, que naquela época víamos como futuro, com determinadas esperanças e sonhos, longe de prever que hoje, esse presente seria assim.
Enquanto jovens, sonhamos fazer parte de um mundo que não é nosso, o mundo dos adultos, na esperança de concretizar certos sonhos, fugir de certas prisões que nos eram impostas pelas "criaturas" que habitam nesse mesmo mundo. Achávamos que quase tudo nos era negado, apenas por negar, sem razão aparente. Criamos determinadas expectativas, que não passaram de uma simples ilusão.
Agora no presente, mais maduros finalmente, mais seremos, senhores de nós próprios, vimos quão diferente é essa realidade, que no passado tão ambiciosamente alvejamos, e assim se perdeu a juventude, e dela não soubemos tirar partido, vive-la. Somos como que imputáveis quanto aos nosso actos e decisões, por isso a responsabilidade pesa-mos.
O futuro construi-se no presente, dia a dia.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SILENCIO DA ALMA !


Neste silêncio
Cheio de mim
Uma alma surda e muda
Quase cega sem fim !

Aos poucos morro.
Só e débil.
Onde está a vida que vivi?
A luz que via,
O calor que sentia,
O riso que tinha?...
Não sei...
Tu sabes?
Ajuda-me!
Não ralhes!
Não sei onde procurar..

Daqui já nem vejo sol e lua
Tão menos as estrelas e o mar..
Dá-me a tua mão!
Só tu me podes valer!
.. mais ninguém...

(MP)