segunda-feira, 28 de maio de 2012

ESTOU ENVELHECENDO .....

Sinto-me ,às vezes assusto-me! Eu sou eu sempre, mas os dias e os anos passam e deixam as suas marcas. Não quero deixar de sorrir. Mas às vezes o cansaço vence e o sorriso desvanece-se... Todos os dias acordo e rezo para ter um dia bom. Às vezes sinto que algo vai acontecer e tremo "Espero que seja bom!". No final o dia corre e os anos passam e a vida vai deixando em mim as suas marcas. Sinto-me envelhecer. E não quero! Tenho tanto para fazer, tanto para crescer, tanto para dar e para receber. Quero muito viver e ser feliz! As pessoas que vou perdendo lembram-me da nossa imortalidade... e tremo! Um dia também eu vou envelhecer. Será que me vou reconhecer? Ou será que vou partir antes de isso acontecer? A vida é mesmo muito estranha. Tem sempre o mesmo final. Cabe-nos a nós escrever o meio desta história. Gostava que a minha fosse longa, mas há vezes que penso que não ......

quarta-feira, 2 de maio de 2012

QUE EVOLUÇÃO........

Que Evolução? No ano de 1974, no vigésimo quinto dia do mês que antecedeu Maio, aconteceu neste país uma fantástica sublevação que enlouqueceu os seus habitantes e espantou todo o mundo. Disso não tenham dúvidas! Passe o tempo e mais tempo passe, sumam consoantes e vogais, esvaneça-se afinal todo o alfabeto, mas tenha voz quem então esteja vivo e um simples uivo pode evocá-lo. Há coisas que nunca se esquecem. O vinte e cinco é uma dessas coisas. É muito, muito mais fácil escrever sem erres do que esquecer a revolução de Abril. Foram dias foram anos a esperar por um só dia. Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia. Manuel Alegre

terça-feira, 1 de maio de 2012

TEUS OLHOS CASTANHOS ........

Há quem diga que o nosso olhar revela o nosso espirito, ou a nossa alma. Há quem diga que o olhar não mente e que os nossos sentimentos reflectem-se assim no olhar! Será verdade? Eu gosto de acreditar que sim. Afinal alguma magia no mundo real é bastante saudável. O olhar sempre foi personagem principal de lendas, mitos, e histórias de encantar.Nunca ouviste falar da beleza dos olhos Azuis? Ou do selvagem olhar verde? Ou mesmo do calculista olhar cinzento? Até mesmo do secretismo do Olhar negro. É verdade , todos eles ja foram referidos, mas existe uma cor, uma simples cor tão especial como as outras, por vezes de uma beleza de gosto mais elaborado, pois é falo dos "vulgares olhos castanhos" Ora experimenta isto, Fita um par de olhos castanhos e verás o quão convidativos estes são, Sentirás uma sensação de segurança, uma força imensa, e uma ternura inagualavel. Já para não falar do seu brilho escuro, fantastico mesmo. Pois mas sabes? Se calhar é impossivel reparares nisso, visto neste momento estar a ver os teus olhos castanhos e a ver as caracteristicas dos olhos castanhos que estão no teu rosto, se calhar estou iludido com o teu olhar... Sabes só queria ser ladrão! para poder roubar o brilho do teu olhar e oferecer-to, assim conseguia oferecer-te algo tão especial como tu...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SAUDADES .....


Saudades delas... das que já morreram... da alegria, da partilha, da companhia. Dos risos e sorrisos, dos abraços, dos carinhos trocados e do amor repartido.
Saudades de ter Mãe, de ter Avó..... Saudades de ser assim de tantas e tão querida. Saudades de amar, como só se ama quem nos pertence, quem nos sente, quem nos entende.
Saudades dos tempos felizes, em que nada parecia haver que nos afastasse. Mas veio a vida, e consigo a morte. Mas veio a vida, e consigo tantas mentiras.
E assim tudo acabou. Tudo se perdeu.
Não sou de ninguém, não me sinto bem, mas também não há remédio. Dizem que é assim a vida... Que temos de aguentar... que tudo vai passar.
Há coisas que não passam, como estas saudades, e outras que não se esquecem, como aquelas palavras.
Há amores que merecem todas as lágrimas perdidas e sentidas... e outros que não merecem nada...
Nem estas saudades!

terça-feira, 17 de abril de 2012

MAR DOURADO



Se eu fosse pintor, passava a minha vida a pintar o pôr do Sol à beira-mar. Fazia cem telas, todas variadas, com tintas novas e imprevistas. É um espectáculo extraordinário.
Há-os em farfalhos, com largas pinceladas verdes. Há-os trágicos, quando as nuvens tomam todo o horizonte mm um ar de ameaça, e outros doirados e verdes, com o crescente fino da Lua no alto e do lado oposto a montanha enegrecida e compacta. Tardes violetas, oeste ar tão carregado de salitre que toma a boca pegajosa e amarga, e o mar violeta e doirado a molhar a areia e os alicerces dos velhos fortes abandonados ...
Um poente desgrenhado, mm nuvens negras lá no fundo, e uma luz sinistra. Ventania. Estratos monstruosos correm do forte. Sobre o mar fica um laivo esquecido que bóia nas águas – e não quer morrer...
Há na areia uns charcos onde se reflecte o universo – o céu, a luz, o poente. Não bolem e a luz demora-se aí até ao anoitecer. E como o poente é oiro fundido sobre o mar inteiramente verde, que a noite vai empolgar não tarda, os charcos, entre a areia húmida e escura, teimam em guardar a luz concentrada e esquecida.
Em todo o dia, o mar não se viu nitidamente. Névoa esbranquiçada, grandes rolos de poeira e sol misturados, água de que se exala um hálito verde envolvido nas ondas. Por fim, o Sol desceu e um nevoeiro imprevisto entranhou poalha de oiro no mar esverdeado, fantasmagoria e sonho nesta frescura extraordinária.
Agora este, teatral, com largas gambiarradas, franjadas a oiro, acabado de pintar pelo cenógrafo para uma apoteose, e outro que não sei descrever, feito com muito pouco: quase desmaiado, um nada de luz no mar efémero, um nada de luz no céu efémero e a montanha roxa ao fundo prestes a desvanecer-se...
Agora é prata, daqui a pouco é oiro, e quando o Sol desaparecer de todo, ainda o horizonte fica por muito tempo iluminado. Oiro desvanecido e pó de água que ascende do mar. Um pouco de névoa e dois jactos projectados no céu – verde e oiro, oiro e verde.
Esta tarde, o Sol põe-se sobre uma barra e aparece deformado, entre grandes manchas de nuvens acobreadas. Some-se, e ressurge por fim como um grande balão de fogo num oceano revolto, até que entra numa grande nuvem espessa com interstícios de fogo e explode, iluminando o espaço e a água cor de chumbo.
Este faz sobressaltar e sonhar. Três horas da tarde. Céu limpo, mar manso, e sobre o mar uma chapada de prata, sobre o verde, mil escamas a cintilar, que brilham, luzem e tornam a reluzir. O Sol desce pouco e pouco, majestoso e sereno, no céu todo doirado e a luz forma uma estrada que liga o areal ao infinito, uma estrada larga, de oiro vivo, que começa a meus pés, na espuma ensanguentada, e chega ao Sol. Ó meu amor, não acredites na vida mesquinha, não duvides: dá-me a tua mão e vamos partir por essa estrada fora direitos ao céu!

Raul Brandão (1867-1930)

domingo, 8 de abril de 2012

CONDITICION OF THE HEART...



Vivia com o coração nas mãos na esperança sempre tímida e inquieta de voltar a vê-la. Um dia, quando julgou avistá-la ao dobrar da esquina do seu prédio, sentiu o ritmo cardíaco disparar numa súbita ansiedade, deu meia volta em repentino sobressalto sem saber o que fazer, tropeçou enredado nos seus próprios nervos e caíu desamparado. Atrapalhado, levantou-se logo à procura dele mas já não o viu. A gorda do terceiro esquerdo que ia a passar naquele instante apanhou-o num ápice e fugiu para dentro de casa. Nunca o devolveu e vive barricada na contemplação desesperada do seu troféu inanimado. Ele deixou de perscrutar o horizonte das ruas em busca da silhueta desejada e não mais tirou os olhos do chão nem as mãos dos bolsos.

(vagamente inspirado num velhinho verso do Prince "love it only seems 2 buy a terminal condition of the heart")

domingo, 25 de março de 2012

GUERRA E PAZ



"Quero descobrir. Tudo. Quero descobrir por que sei o que está certo e faço o errado. Quero descobrir o que é a felicidade e qual é o valor do sofrimento. Quero descobrir por que razão os homens vão para a guerra e o que têm no seu interior quando rezam a Deus. Quero descobrir o que as pessoas sentem quando dizem que amam (...) Acho que deve ser difícil para ti perceberes uma pessoa como eu. Tu sabes exactamente o que deves fazer e fazes isso mesmo. Tu estudas e ficas esclarecido. Eu estudo e fico confuso."



(Tolstoi, "Guerra e Paz")

sexta-feira, 23 de março de 2012

E FUJO DE QUÊ !?


Há qualquer coisa de instintivo, de não dito, algo não racional nem razoável que faz com que no nosso interior um alarme de perigo se acenda.
Porém, o problema consiste em que é uma sensação difícil de racionalizar e de situar.
É como uma adivinhação, como um pressentimento de dores futuras. Eu sei, ou pelo menos acredito, que as intuições e os pressentimentos realmente existam e que, se não sempre, pelo menos frequentemente, remetam para qualquer coisa de real.
A minha própria razão diz-me que tenho de dar atenção a esses pressentimentos, que não devo desprezar as minhas intuições e sensações, mesmo que essas sejam de todo malucas, mesmo que estejam tecidas por um fio invisível que oculta a trama, as causas, os efeitos, mas que enviem para o corpo e o cérebro uma mensagem clara: Alerta! Alerta! Tem cuidado!
Quem é que ensina ao coelho a desconfiar da serpente? Quem é que disse à gazela que tinha que correr ao perceber um certo cheiro?
Há mensagens cifradas da realidade que não são decifradas pela parte racional do nosso corpo, mas por um receptor qualquer que temos dentro de nós e que é, ao mesmo tempo, muito menos cego do que os olhos, muito menos burro do que a razão e muito mais obscuro e difícil de definir do que eles.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A MEU PAI !


Hoje senti saudades de ti ... pai ...
saudades de te ter , de te abraçar,
hoje senti saudades de ti ...
saudades de te ver sorrir ...
saudades da tua face e teus olhos...
hoje senti saudade de te olhar...
saudades da tua voz...
mas senti saudades de te ouvir falar,
hoje senti saudades de ti ...
de te ver a trabalhar,
de te ouvir rir, pena não te ver envelhecer ...
ver-te chegar a casa, era uma casa cheia...
hoje olhei-me ao espelho, pensei em ti...
no verde de meus olhos vi saudade,
vi-te dentro do meu olhar, fiquei ali...
e fiquei nos meus olhos à vontade ...
pedi então a Deus p'ra adormecer
que pudesse ver-te, ainda que a sonhar
não pude dormir, pai ,
não pude... que a saudade
foi mais forte do que eu, pôs-me chorar...
(TB)

domingo, 18 de março de 2012

A NOSSA ESCOLA, NO PRIMEIRO DIA........


No meu primeiro dia de escola tinha vestido uma bata azul com quadrados brancos ou branca com quadrados azuis e transportava,, uma mala de cartão. Nessa mala tinha três cadernos um de linhas, outro de contas e uma ardósia , um estojo com uma lapiseira , um lápis e uma borracha e meia -dúzia lápis de cor para desenho .

Nesse dia a minha mãe acompanhou-me à escola e, porque tivemos de aguardar a chegada do“Senhor Professor”, conversou com as mães dos outros meninos. Nós, nós olhávamo-nos como desconhecidos.que éramos,porque praticamente ainda não tínhamos saído de um raio de 500 metros da nossa casa até a essa altura . Quando o “Senhor Professor” abriu a porta a minha mãe lançou-me um desafio. Uma frase que demorei alguns anos a compreender. No principio deste Mês senti, mais uma vez, o significado desse repto, que a minha mãe me lançou há exactamente 51 anos.

Naquela altura as aulas começavam em Outubro e os meninos foram pela primeira vez à escola. A minha mala era castanha e muita coisa mudou: sei ler, sei a tabuada e sei fazer contas e até ver as horas, e as letras já deram os primeiros passos. Tanta coisa mudou! Tanta coisa! Mas tenho uma questão: o que será que as mães do século XXI dizem aos filhos quando os deixam pela primeira vez na escola?
(foto JRSIMAS )

sábado, 17 de março de 2012

E SE EU TIVESSE SEGUIDO O CONSELHO .......



De malas aviadas.... éramos chegados ao aeroporto de Luanda , para tomar-mos o avião do TAM para Lisboa , missão cumprida e para trás ficaria a bela e quase Ex.colónia Portuguesa , ANGOLA , estávamos em 31 de Outubro de 1975.
Quando olhei o avião, ri de alegria e ainda ri mais quando subo a escadas a detecto uma cara conhecida, era um amigo da marinha e de Sousel , Carlos Dimas feliz encontro, tive logo a sensação que não seria uma viagem aborrecida e não foi ....
Não eram hospedeiras, mas em comparação a uma viagem que fiz em 2010 na TAP o serviço de de Catering foi bastante superior , desde aperitivos ao próprio jantar...talvez estivessem a honrar os seus heróis ou então porque eu viajava a lado de um oficial superior , que me faria sentir um bocado constrangido , a coisa teria sido mais fácil se viéssemos à civil , em cima dos ombros do homem estavam três galões , dois estreitos e um largo, olha com o que tive de lidar durante as aproximadamente oito horas de viagem.
Palavras dele - o que vai fazer quando chegar ? Meu tenente - coronel , não sei , logo se verá , logo ele entendeu que eu estava sem projectos futuros . Por fim deixou-me uma sugestão , que foi, porque não continua no exercito ? Deixou-me a pensar mas a vontade de chegar à minha terra era mais forte e respondi-lhe não quero .
Que teria visto ele na minha cara , perfil para militar ou simplesmente perseverança de Alentejano para missões a cumprir ou a lealdade comparável aos que também Alentejanos estiveram ao lado do Condestável , e tivesse seguido o conselho ......
Mas lá atrás estava o Carlos Dimas que me chamou para me oferecer uma boa ceia , vinha fornecido de marisco e cerveja e assim deixei o meu companheiro de viagem a meditar e fui para a festa ! Pois não preciso de dizer mais nada.....
Apertem os cintos , estamos a chegar era a voz do comandante da nave . mais eu vibrava de alegria com a alegria das cervejolas !!!
Já em solo Pátrio e a descer as escadas do avião , esperava-nos as famílias dos militares , eu senti-me nesse momento tremendamente só, ninguém estava à minha espera, mas afinal ela era tão linda como na foto a mana de um soldado dado meu pelotão ....
E agora como vou para Sousel !!!??
O Carlos Dimas era de Sousel e o Santiago se a memória não me falha , de Évora , fizemos uma " perninha " num táxi . quanto custou !? e isso que interessava ....
O abraço do Pai que não me esperava a falta da "chama" da casa falecida uns tempos antes de embarcar para Angola , foi um regresso de felicidade comedida .
Projectei um hiato de uns meses para adaptação aos novos desafios que esperava irem surgindo ........ e foram .

quinta-feira, 15 de março de 2012

NÂO SEI QUE ACONTECEU EM N`DALATANDO .............


Sei, mas não tinha era a consciência do que poderia ter acontecido. quando a coluna militar parou pela manhã em SALAZAR, assim se chamava até 1975, em que a 3ª companhia do BAT CAV 8322/74 , se deslocava para uma nova ZA ( Zona de acção). Nosso destino Catete pela importância histórica , foi lá que nasceu o líder do MPLA AGOSTINHO NETO .
Foi uma viagem de regresso , vínhamos aproximando de Luanda , deixamos para trás Saurimo , mais propriamente o AB4 onde estivemos aquartelados durante uns meses interagindo com a cidade lá em baixo a 2 ou 3 kms.
A coluna militar partiu e eu uns quilómetros passados é que me apercebi da extensão da mesma , no momento já era uma coluna mista acompanhava-nos mais de 70 carros civis, sentir-se iam mais seguros viajar com a tropa portuguesa a finalidade deles era chegar a Luanda para vir para Portugal. Os chamados Retornados !
Todo o Norte de Angola já estava no domínio do MPLA já não havia conflitos portanto até N`dalatando foi uma viagem de turismo apreciando a vistas a divertindo.nos com as peripécias que aconteciam ás viaturas já velhas a gastas, eram " abatidas " ali mesmo montanha abaixo .
Desta vez tive o privilégio de viajar instalado dentro da cabina de uma Berliet , sem ar condicionado com quilos de pó no camuflado.
Como a coluna em andamento de estendia por vários quilómetros era difícil passar mensagem todo com aquele roncar dos motores se a primeira viatura parasse só meia hora depois pararia a ultima assim lá íamos todos contendes da vida , ficaríamos uns metros mais perto de casa , por ironia assim que cheguei e para animar estava um cartaz de boa vindas e irónico - Maçarico está a 10.000 Kms do PUTO (Portugal).
Que linda que estava MALANGE à vinda, destroçada que estava à ida , porém já não estaria o Dono do restaurante onde não pagamos o jantar uns meses antes ...... para lhe liquidar a dívida .
Serpenteando pela estrada daqueles montes e vales e já perto de N`Dalatando aproximava-se sarilhos , já anoitecia a coluna parou na cidade pesava eu que era para passarmos a noite . mas não , uma barreira do MPLA que não queriam deixar.nos passar .....
Só passariam os militares os civis não , que grande embrulhada , não deixaríamos nas mão dos guerrilheiros os civis , que poderia acontecer eu não sei mas deduzo ...
Altas patentes reunidas em conversações que duraram quase toda a noite , fomos avisados que poderia dar para o "torto" para estarmos preparados .....
No meu caso preparei me mas foi para comer um arroz quente com mandioca duma amável e linda mestiça que foi com a minha cara , que já estava farto da ração de combate, chocolate com leite e conservas aquecidas na pólvora das balas ...
Por fim lá foi desbloqueada a situação e tudo seguiu conforme, partimos cedo a ainda parámos em Cambambe onde estava instalada uma companhia do nosso Batalhão , para montar segurança a barragem.
E assim chegamos a CATETE e os civis seguiram para Luanda .



Fonte : Wikipédia
N'dalatando

Ndalatando é uma cidade angolana, sede do município de Cazengo e capital da província de Kwanza-Norte.
Até 1975 teve a designação de Vila Salazar, em homenagem ao então presidente do Conselho de Ministros português, António de Oliveira Salazar.
A cidade é sede da diocese de Ndalatando, criada pelo papa João Paulo II, em 1990, pelo desmembramento da arquidiocese de Luanda. Abrange todo o território da província do Kwanza-Norte. O seu primeiro bispo é Dom Pedro Luís Scarpa. Em 2005, o papa Bento XVI nomeou o actual bispo, Dom Almeida Kanda .

quarta-feira, 7 de março de 2012

MEMÓRIAS .... !!!



Após ter-me despedido dos meus pais, entrei no quartel, o que fazia pela primeira vez na minha vida, e logo verifiquei que o exército faz de conta tinha sido substituído por um exército com um espírito novo, consentâneo com as circunstâncias da altura: estado de guerra e com o lema, aprender a matar e não se deixar matar porque cada soldado ficava caro ao Governo.
Depois da praxe militar da apresentação ao oficial de dia, ao sargento de dia, ao cabo de dia chegou a vez do amanuense de dia que nos distribuiu todo o enxoval necessário para a nossa estadia, desde as cuecas à respectiva arma.
Em seguida, precedidos por um sargento com voz autoritária, o contrário não ficaria bem, fomos instalados, cerca de cem homens num "armazém" não havia mais casernas disponíveis para alojamento, tal era o tamanho da incorporação. O que vale é o sentido prático do desenrasca no exército.
A caserna era uma espécie de corredor muito comprido em forma de túnel, com beliches duplos, um por cima outro por baixo, colocados ao longo dele formando um apertado corredor central, que viria a tornar-se no futuro, na via mais engarrafada do quartel o que não é difícil de imaginar.
Um único balneária com dez lavatórios e dez duches para cem homens, que tinham cerca de meia hora entre o toque da alvorada e a apresentação na parada, para fazerem a sua higiene matinal, era a maior confusão que se possa imaginar, dando por vezes origem a conflitos, pois levantar aquela hora da manhã até punha um santo mal disposto. Felizmente, sempre fui um galo da manhã ou antes pensava sempre na minha comodidade nem que tivesse que levantar-me uma hora antes do toque da alvorada para tranquilamente ir para o balneário.
Ao princípio era um dos primeiros a apresentar na parada, mas depois passei a ser dos últimos, ainda que o primeiro na higiene matinal. Abrigava-me nos degraus do edifício aguardando a chegada de todos, então ingressava na formatura. Àquela hora da manhã, ainda noite cerrada, o frio era tanto tanto que ficávamos completamente enregelados para o dia todo. Os gajos tinham a lata de nos obrigar a vestir o fato de instrução, em cima do pelo sem qualquer outro agasalho por baixo dele. Por falta de verba militar ou mau gosto do estilista, num cheguei a saber, o dito fato de instrução não passava de um horroroso fato macaco que nos dava mais um ar de aprendizes de mecânico do que propriamente um aspirante a "pronto".
O rancho, não tivesse eu boa boca e muita fome, estava feito, mas felizmente se alguma coisa me deixou boa recordação desta estadia, foi o casqueiro, especialmente de manhã bem besuntado com margarina acompanhado com café quente. Comigo o despenseiro nunca se safou, tomava dois pequenos almoços todos os dias, havia sempre uns bem aventurados esquisitos que preferiam comer umas bolachas que traziam de casa.
Depois do pequeno almoço, seguia-se a instrução militar, que era ministrada por um aspirante miliciano desejoso de demonstrar as suas habilidades e saberes militares. Rapaz da nossa idade, sem qualquer experiência de comando, quanto mais de guerra, procurava superar a dificuldade em se impor ao pelotão, com uma gritaria quase patética, o que aliás é apanágio dos exércitos. A surdez deve ser um sindroma de todos os recrutas em todos os exércitos, pois não há outra explicação para os instrutores não saberem dar ordens ou explicar o que quer que fosse sem ser a gritar.
Depois do rancho do almoço, a instrução lá continuava pelas matas , entre correrias, rastejadelas, passagens a vau e algumas sessões de tiro para afinar a apontaria. O treino terminava por volta das cinco da tarde, ficando o resto do tempo por nossa conta...ansiosamente esperando o fim de semana !

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

POUCO OU NADA A ACRESCENTAR......


Peço desculpa aos que ainda cá vêm de vez quando em busca de algum sinal de vida mas isto vai andar um bocado parado nos próximos tempos,os momentos que correm não me inspiram, já devo ter pouco ou nada a acrescentar!
No entanto, não posso dizer que tenha vontade de acabar com aquilo que tantas vezes durante os últimos três anos foi a única coisa que esteve entre mim e a perda definitiva da pouca sanidade mental que ainda me vai restando.
Portanto, isto é um até qualquer dia.Sejam felizes que eu ando a tentar ......

sábado, 25 de fevereiro de 2012

NÃO ME VENDO.......



(momentos com .... EU )

Mal...bem,
Errado...certo.
Não me comparem a ninguém,
Queiram apenas ter-me perto.

Fraco...forte,
Derrotado...vencedor.
Não falem da minha sorte,
Falem antes de minha dor.

Entrada...saída,
Aqui...além.
Eu gosto da minha vida,
Uma vida dura para quem a tem.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MOMENTOS ......




..... com Vinicius de Moraes



SONETO DO AMIGO

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

POR ESTA ESTRADA AMIGO VEM...........



Traz Outro Amigo Também
Zeca Afonso

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MOMENTOS ...... !!


..... com Betolt Brecht

Aos que virão depois de nós

Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

EU SEI QUE ME PODERIA ACONTECER .....




A sala é branca: quatro paredes, tecto, chão, nenhuma janela. A meio, uma mesa de metal brilhante, duas cadeiras. Tudo branco (um branco puríssimo, angélico). Mesmo as minhas roupas são brancas. Mesmo as roupas dela são brancas. Não sei o que faço aqui. Não sei quem é a pessoa do outro lado da mesa. Ambos procuramos, ao mesmo tempo, a primeira palavra. Estaremos mortos? Será isto a antecâmara do inferno? Será isto a antecâmara do paraíso? Ambos procuramos, ao mesmo tempo, a primeira palavra. O tempo passa. Bocas fechadas. Olhos nos olhos. Sabemos agora que nenhum de nós vai falar. Ignoramos ainda se isto é uma bênção ou o último dos castigos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PELAS "SEARAS" DA VIDA .........


Tens a fotografia em tuas mãos. A velha fotografia. À esquerda, o brilho fosco da cal da casa da sua natalidade, pássaros de asas abertas, sol imenso a encher o céu. Ao centro, numa espécie de procissão , as árvores , alvenaria batida pelos ventos, vigas de madeira carcomidas pela humidade, janela rasgada diante do furor do tempo , restos de cal e de um esplendor antigo. À direita, a imensa sombra do sonho , estendendo-se terra adentro — voraz — e com ele o princípio da estrada de todos os regressos, de todas as despedidas.
Olha para o pequeno rectângulo de papel rugoso, agora cheio de riscos, amarelado nas pontas. Quem captou aquela imagem já morreu há muitos anos. A casa ainda existe; é só lembranças corroídas e aruínadas. E aquele que tu foste, dentro da casa, também desaparece aos poucos, devorado pela máquina ferrugenta da memória, perdido nesse passado que se vai tornando difuso, frágil e inútil — como uma teia de aranha.
Sabes muito bem o que o tempo, esse assassino discreto, faz às coisas. Monta o cerco. Expande o deserto. Seca por fora e por dentro. Transforma tudo em pó. Nada lhe resiste. Nada. Nem sequer a imagem de uma casa, que alguém, um dia, com paciência e barro , fixou. Nem sequer esta velha fotografia que se desfaz, aos poucos, nas tuas mãos demasiado gastas.
Segues agora, com o olhar, cada uma das linhas da imagem que se desvanece, os gradientes de um preto e branco cada vez mais submerso na irrealidade das coisas extintas. Percorres, às cegas, as fronteiras de um mapa imaginário: o ar escondido, as paredes onde a cal nunca se demorava, o crepúsculo violento atravessando as salas, as tábuas de madeira que rangiam nas noites de ventania, uma voz saindo da escuridão com a forma do teu nome.
Acendes, uma última vez, a memória. Ficas à espera. Mas a memória calou-se. As vozes não regressam, não há ninguém que te chame neste agora que veio depois de tudo o que se apagou, não há variações dentro da brancura espessa do esquecimento. A névoa engoliu tudo. Já não há azul, já não há verde, já não há oiro, já não há prata.
Ainda assim, a fotografia continua entre os teus dedos. Intacta. Mas olhar para ela tornou-se uma violência. O que foi belo, magoa. O silêncio devora-te. O vazio é uma faca apontada ao coração. Sabes que nunca ninguém virá, nunca mais. Por isso aproximas do lume o rectângulo de papel rugoso. E vês arder tudo aquilo: a casa,o sonho as tuas pegadas a tua infância a tua adolescência e a tua realização pessoal ..... ficam as cinzas no borbulhar das chamas........
(foto Constantina Santos)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

DEIXA O TEMPO FAZER O RESTO .....


Deixa o tempo fazer o resto
fechar janelas
aplacar os barcos
recolher os víveres
semear a sorte
acender o fogo
esperar a ceia

abre as portas: lê a luz
a sombra, a arte do passarinheiro

com três paus
fazes uma canoa
com quatro tens um verso,
deixa o tempo fazer o resto.

(Ana Paula Inácio)


DO QUE ME LEMBRO


Lembro-me da música dos lugares a oeste
dos planos para esse reino amado
que pretendemos tanto tomar de assalto
antes dos brados do fogo

Mas as minhas mãos traziam já
uma sina mais escura, nem a noite

Qualquer penumbra serviu
ao meu coração oculto
a miséria do Inverno
o treino dos falcões nas escarpas
a glória iludida
em que se consumiu o tempo

José Tolentino Mendonça (in «Longe não sabia», Presença)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MOMENTOS ...... !!


......com Manuel Alegre



Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

MOMENTOS ......



... com Oswaldo Montenegro

Lista
Faça uma lista de grandes amigos,
quem você mais via há dez anos atrás...
Quantos você ainda vê todo dia ?
Quantos você já não encontra mais?
Faça uma lista dos sonhos que tinha...
Quantos você desistiu de sonhar?
Quantos amores jurados pra sempre...
Quantos você conseguiu preservar?
Onde você ainda se reconhece,
na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora...
Quantos mistérios que você sondava,
quantos você conseguiu entender?
Quantos defeitos sanados com o tempo,
era o melhor que havia em você?
Quantas mentiras você condenava,
quantas você teve que cometer ?
Quantas canções que você não cantava,
hoje assobia pra sobreviver ...
Quantos segredos que você guardava,
hoje são bobos ninguém quer saber ...
Quantas pessoas que você amava,
hoje acredita que amam você?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A VIDA MOLDA-NOS



Há alturas em que temos de esquecer aquilo que somos e aquilo em que acreditamos.
Porque nem sempre estamos certo, porque o erro está na nossa natureza.
Por vezes é bom sabermos que erramos, sentirmos-nos frágeis, descobrir que somos de carne e osso.
Embora às vezes me pergunte se o erro está na minha natureza, ou se é a minha natureza.
De qualquer forma tenho a certeza de não errar ao dizer "Não há professores melhores que os nossos próprios erros.... A VIDA MOLDA-NOS."
Somos estranhos nesta existência. Nunca sabemos o que procuramos, mas estamos sempre confiantes que vamos encontrar.

Eu acho-me estranho…mas isso sou eu, e eu dou razão a quem me chama louco, admito que, no mínimo, sou um pouco.

Mas sou um louco consciente. Tenho plena consciência que quando ler isto que escrevi nem eu vou entender. Mas as páginas onde escrevo estas loucuras são baratas, eu aproveito......

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

MOMENTOS ...... DE INCERTEZA !!!!






Incerteza



Fui da vida

à poesia



fui da poesia

à vida



que caminho

terá no final

sido o melhor?



Erich Fried

sábado, 21 de janeiro de 2012

FOLHAGENS..... !!


momentos com MP .......


FOLHAGENS !!

Descobri-te por entre papeis e beatas apagadas,
Embebida em fumo do meu proprio cigarro aceso.
Havia muita esperança...ainda.
Muita saudade,
... Muitas folhas seleccionadas.
Mesmo assim estavas deslumbrante.
Tão especial e indispensavel,
Como se a tua presença,
Fosse todo o ar...
Da minha respiração ofegante.
Como se o silêncio tocasse violino,
Com cordas de amor eterno.
Num tom quase de carência,
Como se cantasse o hino...
Da minha total existência...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O ADEUS !!!


E tudo tem um fim acho que deixo muitos amigos em todos os quadrantes numa Instituição que estive alguns anos tenho afinidades .... como a contabilidade , amigos que me ajudaram em horas difíceis ..uma equipa de grande valor chefiada por uma pessoa simples e de grandes valores O Mateus que a partir da sua saída eu premeditava a mudança, saio com saudade .... tenho agradecimentos a fazer . Adorava os miúdos da AEISCAL da TUNA ... adoro outras pessoas que me escutaram e reconheceram em mim outros valores ...sei quanto valho !! e em todos os aspectos sou, fui e serei sempre o mesmo . apenas a vida fez encontrar essas pessoas .

Diz-se que todos os caminhos vão dar a Roma. E talvez seja não tanto porque a Terra é redonda e finita, mas sobretudo porque o que importa é o caminho, e se o percorrermos chegamos sempre onde temos de chegar, a Roma ou a outro lugar. Na verdade todos os caminhos vão dar a qualquer lugar, e todos os caminhos se cruzam. Por isso pouco importa que caminho tomes, desde que seja o teu. Não te preocupes, ele levar-te-á onde tens de ir, a Roma ou a outro lugar qualquer. Mais tarde ou mais cedo!
Bem Hajam a todas a essas fabulosas pessoas ...... até um dia !!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

EU CONHEÇO-ME ..... !!!



A personalidade define pessoas de bom carácter, alegres, sensíveis e bondosas. Muitas vezes o excesso de sensibilidade leva a que actuem com base em emoções o que traz penalizações e por vezes aproveitamentos.São pessoas de bom gosto, com encanto e elegância naturais que muitas vezes é fonte de inveja para quem não tem estes dons naturais. A natureza artística nasce com eles.Gostam de ser prestáveis e de ajudar quem precisa de forma totalmente desinteressada. Uma das suas dificuldades é lidar com o dinheiro pois têm pouca vocação para as suas contas. No amor, são ardentes e sinceros e sofrem grandes desgostos se se sentem enganados. Os choques emocionais podem originar estados depressivos.... e neste momento atravesso mais um choque emocional !!

Não é vaidade ..... são os ensinamentos da vida .

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MOMENTO CHEGADO !


A entrada era livre, qualquer um podia entrar sempre que quisesse, foi o que lhe disseram, e ele entrou. Passeou sem restrições, por onde bem entendeu, por aqui e por ali, com uma liberdade nunca antes experimentada, e muito tempo decorreu até que ele pensou em sair, mas finalmente esse momento chegou. Só nessa altura ele entendeu que a saída era condicionada, não era qualquer um que podia sair. Deixou-se então ficar à porta, à espera, talvez um dia chegasse a sua vez..........

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PALAVRAS AO " VENTO "


Começou a escrever sem vontade , com dois dedos, lentamente, olhando em volta escreve no papel o que lhe vem a cabeça, vai de certeza emendar rasurar e talvez nem sequer passar ao blog, e de novo de um momento para outro, repetidamente, enquanto a frase crescia, acrescentando sentido ao acto, à vida. Parou por uns instantes, procurando um caminho, uma vereda, por onde seguir, prosseguir. Registou a indecisão e continuou, afinal o caminho faz-se caminhando, pensou, depois se verá, todos os caminhos vão dar a Roma, ou a outro lugar, ou a lugar nenhum, o que interessa mesmo é percorrer o caminho, único, à nossa medida. Recomeçou, persistente, alheio aos becos sem saída, aos sentidos únicos, numa via lenta mas segura, até chegar ao fim. Quando deu por ele, a a surpresas espreitava-lhe sobre o ombro, lendo com interesse as últimas palavras. Esgueirou-se, sorrateiro, mas de nada lhe valeu, tinha chegado ao fim......



.....Foi, como tantos outros antes dele, à procura de melhores condições de vida; do lado de lá parecia mais fácil viver, tinha a certeza. Não levou bagagem, não fez quaisquer planos, passou apenas de um para outro lado; a mesma vida, outra cidade, nada mais. De ninguém se despediu, à sua espera ninguém estava. A língua não foi impedimento, a miséria não conhece fronteiras; do lado de cá como do lado de lá, continuava a ser o que era, orgulhoso , é certo, mas não parvo, um pouco esperto , mais do que o suficiente para saber o que era melhor para si : a vida do outro lado da "fronteira " era mais fácil.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O QUE TE FALTA ... !!







O cigarro apagou-se, a cerveja acabou-se e esta conversa chegou a um fim. Apresso-me a pegar outra cerveja, acender outro cigarro, sentar-me na mesma cadeira. Quero retomar esta conversa. Mas falta algo, falta alguém para esta conversa, falto eu.

- O que te falta?
- Mas porque não continuamos a conversa anterior?
- Porque eu, tu, nós não queremos?
- Desisto! Não entendo!
- Não escolhemos as conversas que temos. Mas diz-me, o que queres? Todos sonhamos com o génio da lâmpada, se ele aparecesse agora, que lhe pedias?
- Pedia-lhe… não sei, diz-me tu, que és eu.
- Pedias felicidade?
- Não daquela que dura um momento e passo o resto da vida à procura.
- Saúde?
- Não, eu não quero uma vida sem limites, não vale a pena jogar se sabes o resultado.
- Pedias…


Não, não outra vez, porque é que estas alucinações acabam quando eu sinto estar perto de uma resposta?
Bebo a cerveja de um trago, apago o cigarro a meio, abandono a cadeira vazia.
Saio porta fora, procuro perguntas nas ruas escuras.
Volto, cansado da viagem, sem perguntas, sem respostas, mas volto.

Eu continuo à procura das perguntas, das respostas, em mim.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DIREITO OU DEVER DE DIAS MAUS ...... ?? !!!


Também tenho direito a dias maus
Parado…sentado…a pensar…a sonhar…
…a resistir…
…sem sentir…braços cruzados…pensamentos congelados…
…vagueando…desesperando…
…vencido…
…perdido…escondido…
…conformado…inadaptado…surreal
…mortal…igual.

Pela primeira vez, desde tempos incógnitos, eu não me conheço. Sei de onde vim, não sei para onde vou, por onde vou, como vou, ou sequer se vou.
Pela primeira vez, desde incógnitas memórias, não me sinto ao leme deste barco, este barco que parece afundar-se, este barco que, partindo uma garrafa, baptizei com o nome de vida, está a fugir do meu controlo, navegando ao sabor de marés. Eu nada mais faço que assistir. Assisto ao erguer de ondas que o querem naufragar, assisto ao rebentar de trovões que o querem rachar. Assisto a tudo à luz de relâmpagos que teimam em iluminar, iluminar este fim. Um fim adivinhado, aguardado, temido…o fim...

E o meu medo subsiste ...e tudo tentei para que fosse diferente , estou cansado nada é nem foi como eu queria , porém continuo sem sabem para onde , depois de todos os acontecimentos desta semana .. não não estou bem !!!

domingo, 1 de janeiro de 2012

PESSOAL E INTRANSMISSÍVEL .... !!!


De um lado a luz, do outro a escuridão. De um lado a realidade, do outro o sonho. Entre eles um homem segue em frente, sem hesitar, num estreito caminho de sombras difusas que se prolonga a perder de vista. Ele sabe que aquele não é um caminho vulgar, não é um caminho qualquer, é o seu próprio caminho, pessoal e intransmissível, que o levará onde ele tiver de ser levado, sabe-se lá onde! Mas continua a avançar, porque é assim que tem de ser......
E o que tem que ser tem muita força.. continuo com sonhos e realidades em paralelismo ,o passado já percorri o presente estou a percorrer o futuro ... desconheço , onde irei parar não sei . como não sabia há muitos anos atrás que a minha vida passava por "AQUI" não foi SONHO é a REALIDADE ...