segunda-feira, 25 de julho de 2011

AFINAL FOI UM ATÉ JÁ.........



Já lá vão dois anos que me aventurei por estes cenários...
Tudo começou como uma brincadeira, ou, como eu próprio dizia na altura, "da necessidade de preencher um vazio pessoal. De, por vezes, sentir a necessidade de .......

E olhando para trás, em tão pouco tempo aconteceu tanta coisa... quebraram-se laços, fortaleceram-se outros, recuperaram-se alguns e fizeram-se novos também...
O vazio da altura já não está presente, pelo menos não no sentido a que me referia nesses tempos, mas não é por isso que deixa de existir a necessidade de comunicar, nem que fosse com um mundo virtual...

Confesso que já pensei várias vezes em fechar este cantinho, mas depois há dias como o de hoje, em que nos bate uma certa nostalgia vinda não se sabe de onde ou a que propósito, apenas sabemos que a mesma não nos vai levar a lado nenhum... e pronto, cá venho parar de novo, à minha "sala de estar" que é também a vossa se assim o desejarem...

E este cantinho já me deu tanto sem nunca me ter pedido nada em troca... no entanto, sei que ri chorei debati, troquei ideias, ganhei amizades, mimei e fui mimado...
E ainda assim preciso do meu cantinho, do meu porto de abrigo em dias de tempestade...

E a vocês que me continuam a seguir... a vocês, o meu humilde muito obrigado !

quarta-feira, 20 de julho de 2011

TUDO NA VIDA TEM UM FIM !


Tudo na vida tem um fim.
Este blog acompanhou-me alguns anos da minha vida, e talvez até uns do mais importantes.
Mas tudo na vida tem um ciclo, e hoje fecha-se este. Não digo que seja um Adeus, até pode ser um Até já, mas por agora o Blog FONTE VIVA vai descansar em Paz.
Aqui deixei algumas emoções ,raiva alegria e recordações ...lindas !

Mas como tudo na vida temos que tomar opções e refugiar-me da exposição dos meus sentimentos ,teria mais para dizer,sim ....

Talvez um Dia !!
A quem aqui passou o meu obrigado

ILUSÕES .....!!





E ele sentia que algo de errado acontecia..
que algo de errado estava por vir..
e sua cabeça quase que explodira de tanto pensar..
e quase enlouquecia com o turbilhão de pensamentos que o rodeavam..
e ele ali imóvel...nada podia fazer....
não se movia...
nem um dedo..
nem um músculo...
seus pensamentos não deixavam...
e ali permaneceu por um longo tempo..
que na verdade não passaram de alguns breves segundos
enquanto controlava-se para não surtar...
para não explodir..
para que ninguém percebesse que aquilo tudo..
que aquilo tudo que passava em seus pensamentos
era apenas mais uma paranóia criada por ele..
era mais uma ilusão do que ele não sabia nem ao certo porque havia criado...
e o turbilhão parecia não ter mais fim...
ele parecia preso a aquilo...
as coisas não desapareciam...
não sumiam..
elas insistiam em ali rondar sua cabeça...

Agora ele relaxa....
dá mais uma tragada no cigarro...e mais um gole no café...
e espera...
espera até o próximo turbilhão chegar...
espera para que todas as dúvidas e incertezas voltem...
para criar quem sabe....mais uma ilusão paranóica no seu mundo...

terça-feira, 19 de julho de 2011

COMO TUDO NA VIDA !!!




Hoje desfiz-me de um sofá que decidi designar, carinhosamente, por "sofá do povo". Estranho? Eu explico...

Este sofá, que agora se despediu da minha casa, começou por ser o sofá de um tipo solteiro que o decidiu comprar para a sua casa nova. Pouco tempo depois, juntou-se, mudou de casa, pelo que o mesmo deixou de fazer sentido no novo espaço.

Mais tarde foi a minha vez... comprei casa e não tinha nada. Este casal amigo passou-me então o sofá porque, entretanto, já não precisavam dele e a mim acabava por dar jeito.

E agora, uma vez mais, a história repetiu-se... um casal amigo está a mobilar casa (com alguma dificuldade) para poderem ir viver juntos. Como lhes fazia mais falta a eles do que a mim, esta foi a minha pequena contribuição... e o "sofá do povo" lá seguiu o seu caminho...

E porque raio falo eu neste episódio?
É que dei por mim a pensar que na vida é igual... tudo está em constante mudança... e se um lugar, um espaço, algo já está ocupado, dificilmente deixamos e/ou conseguimos dar lugar a outro... e nesse sentido, por vezes, a solução é mesmo essa... há que deixar partir o "velho", para poder abraçar o "novo".

E porque na minha vida já aceitei deixar partir o velho, consigo agora aceitar com um novo ânimo e um grande sorriso tudo o que venha por novo.......

HOJE NÃO QUERO...........!




Apenas Isso...
hoje não quero nada
quero apenas o silêncio
não quero falar
não quero ouvir
não quero observar

não quero nada mais que não seja ver o tempo passar logo e o dia terminar
quero dormir e esquecer o dia
acordar amanhã como se hoje tivesse sido apenas um pesadelo

não quero conviver com pessoas hoje
nao quero sorrir
não quero ser simpático
não quero me justificar
não quero ser questionado

quero apenas um sorriso ...
quero apenas a doçura de um olhar olhar
quero a sinceridade das palavras
quero simples e apenas ....
pra lembrar que hoje existiu algo de bom diante de tanto mau humor...

quero apenas...ficar perto de......

segunda-feira, 11 de julho de 2011

IMPORTANTE ...O GESTO !



Não sei porquê, mas sempre dei grande importância às mais pequeninas coisas.
Se calhar por ser uma pessoa reservada ou sentimental, sinceramente não sei... mas coisas que, para alguns, poderiam passar despercebidas a mim tocam-me profundamente.

E porque muitas vezes os pequenos gestos chegam de quem está mais longe de nós, quando menos esperamos, mas também quando mais precisamos, não podia deixar de fazer .... para agradecer uma frase que alguém que me é muito querido me disse :
"A vida é apenas isto: um encadeamento de acasos bons e maus, encadeamento sem lógica, nem razão; é preciso a gente olhá-la de frente com coragem e pensar, mas sem desfalecimentos, que a nossa hora há-de vir, que a gente há-de ter um dia em que há-de poder dormir, e não ouvir, não ver, não compreender nada."
Amigo, sei que não te importarás por eu ter exposto aqui as tuas palavras... já sabes que sou lamechas, mas gostei do teu gesto e o teu jogo de palavras é brilhante.

Obrigado por teres aquecido um bocadinho este meu coração !

quinta-feira, 7 de julho de 2011

VOLTAREI !???

"Um dia voltarei à morada das papoilas colher os versos vermelhos que semeei na seara. Um dia o vento estará maduro.

O MENINO !



O Menino não entrou .......
O menino não entrou na roda
das crianças às crianças "brancas"
que brincavam todas numa roda viva
de canções festivas, gargalhadas francas...

O menino não entrou na roda.

E chegou o vento junto das crianças
e bailou com elas e cantou com elas
as canções e danças das suaves brisas,
as canções e danças das brutais procelas.

O menino não entrou na roda.
Pássaros, em bando, voaram chilreando
sobre as cabecinhas lindas dos meninos
e pousaram todos em redor. Por fim,
bailaram seus vôos, cantando seus hinos ...

O menino não entrou na roda.

"Venha cá, menino, venha cá brincar"
disse um dos meninos com seu ar feliz.
A mamã, zelosa, logo fez reparo;
o menino já não quis, não quis ...

O menino não entrou na roda
das crianças "brancas". Desolado, absorto,
ficou só, parado com olhar cego,
ficou só, calado com voz de morto.

(editado por mim)

( Bessa victor )

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CASA BRANCA (SOUSEL)



Casa Branca é uma freguesia portuguesa do concelho de Sousel, com 100,83 km² de área e 1.392 habitantes (2001). Densidade: 13,8 hab/km².
Localizada numa extensa planície coberta por olivais, no fértil Vale de Freixo, junto à margem direita da Ribeira do Almadafe, a freguesia de Casa Branca dista doze quilómetros da Vila de Sousel. A agricultura mantém-se como principal actividade económica, assente na exploração da vinha, olival (azeite), cortiça, tomate e cereais. A indústria lagareira tem um papel preponderante na economia da freguesia.
Toponímia
Em relação à formação e origem do topónimo «Casa Branca», fala-se que este deriva de uma casa isolada, construída para guardar os utensílios de lavoura de uma quinta aí existente, designada Quinta do Zagalo:
«a primeira [casa] que ainda existia edificada, datava de 1581 construída, sem dúvida, do calcário muito branco que ali existia e que exposto à acção da luz, se petrificava e assim facilmente se faziam blocos, quando ainda brando, para após o seu endurecimento, se construírem os muros, ficando os prédios, mesmo sem cal muito brancos e quem sabe, talvez daí a origem do nome «Casa Branca», que se estendeu a todo o aglomerado de casas.»
Por outro lado, a dita casa era uma referência para os caminhantes da época, especialmente para os padres vindos de Évora que, ao avistarem-na, sabiam estar perto do seu destino: Avis.
História
A documentação existente é pouco clara quanto à origem de Casa Branca. Um documento de Manuel Severim de Faria (1582-1655) refere que os terrenos onde assenta hoje a freguesia de Casa Branca pertenciam ao Conde de Sabugal, D. Duarte de Castelo Branco. Este possuía, entre outras propriedades, uma herdade junto ao Concelho de Avis, ao norte do Lameirão.
Em virtude da pobreza desses terrenos, D. Duarte de Castelo Branco auferia poucos rendimentos da herdade, o que resultou na decadência da mesma. Por conseguinte, resolveu D. Duarte de Castelo Branco dividir esse vasto morgado em glebas para aforamento a particulares. Os foreiros tinham como obrigação «o pagamento de um certo foro anual e os quartos». Conseguiu, assim, o Conde de Sabugal «uma povoação de alguns cem visinhos que lhe rende hoje o dôbro que a herdade lhe rendia (…)», justificando assim a divisão territorial por ele efectuada1. Ao longo do tempo, foram os descendentes alienando todos os terrenos em volta, onde se construíram propriedades urbanas.
A freguesia sediava-se primitivamente em São Brás. Após o grande terramoto de 1755, que também sacrificou esta freguesia, foi extinta a sede (São Brás) que tinha na altura «noventa e seis vinhas dentro da Aldeia e setenta e duas dispersas pelos montes»2. Permaneceu, desses tempos, o nome de uma importante feira, a «Feira de S. Brás» ou «Feira das Cenouras», que acontecia todos os anos no início do mês de Fevereiro e onde se realizavam «importantes transacções em porcos gordos, gados de todas as espécies, azeites, etc.»3.
Na década de 30 do século XX, a vida económica da freguesia de Casa Branca estava marcada pela grande produção de trigo e pela exploração dos vastos montados de azinho e sobro, como também dos olivais.
Notas de Rodapé
1. M. S. Faria citado por Lavaredas, Brados do Alentejo, 1936
2. Lavaredas. Brados do Alentejo, 1932
3. Brados do Alentejo, 1934
(fotos josé varela)

SANTO AMARO (SOUSEL)


Santo Amaro é uma freguesia portuguesa do concelho de Sousel, com 39,51 km² de área e 706 habitantes (2001). Densidade: 17,9 hab/km².
Em meados do século XX, Santo Amaro tinha pouco mais que trezentos habitantes, chegando aos setecentos, em 1991, de acordo com o Recenseamento Geral. Não obstante este razoável índice de crescimento, Santo Amaro mantém-se a freguesia menos povoada do Concelho de Sousel. A agricultura é a principal actividade económica, nomeadamente, a olivicultura e os cereais.
História
Santo Amaro nasceu em terras da Ordem de Avis e foi a última freguesia a incorporar o Concelho de Sousel. Segundo o Padre António Carvalho da Costa, pertencia esta freguesia ao Concelho de Veiros que:
«(…) Tem 200 visinhos que se dividem por duas Paroquias huma é dedicada a Santo Amaro, cuja imagem foy achada no próprio lugar, em que está a Igreja, à qual concorrem muitos devotos Romeiros todo o ano (…)»1
O topónimo da freguesia «Santo Amaro» terá tido provavelmente aqui a sua origem.
No século XVIII, a «Aldeia de Santo Amaro» era considerada uma «freguesia de campo», desprovida de centralidade urbana, dado que os 16 vizinhos que a compunham se encontravam dispersos por montes. A aldeia propriamente dita, ou seja, uma urbanização estruturada à semelhança do que existe hoje, terá começado a surgir apenas na viragem do séc. XVIII para o séc. XIX, como evolução natural da fixação da população rural na aldeia, incentivada pelo aforamento de terras e pela oferta de trabalho nas explorações agrícolas circundantes.
Santo Amaro pertenceu ao extinto Concelho de Veiros até 1855. Nesse ano, foi anexada ao Concelho de Fronteira, o qual integrou até se transferir para o Concelho de Sousel, pelo Decreto-lei n.º 22.009, de 21 de Dezembro de 1932. A então nova freguesia do Concelho de Sousel foi presenteada com um conjunto de melhoramentos, que conferiram à freguesia de Santo Amaro uma nova centralidade. Entre 1934 e 1936, a freguesia de Santo Amaro é dotada de um «distribuidor rural» (responsável pela distribuição da correspondência local), de luz pública (ainda a petróleo), de um novo cemitério, de um edifício escolar e de uma verba para a construção de um posto médico na aldeia.
O jornal estremocense Brados do Alentejo, em 23 de Abril de 1933, referiu-se assim relativamente à inauguração da luz pública em Santo Amaro:
«Hoje, porém, dia 16 de Abril, homens, mulheres e crianças, todos em idêntica confraternização, esperavam com delírio e desejo a hora aprazada do acender de luzes. (…) Até que enfim se viu o primeiro candeeiro aceso, e logo a seguir todos os outros»
Notas de Rodapé
1. (Padre A. C. Costa. Corografia Portuguesa…, 1708)

VILA DE CANO (SOUSEL)



Vila de CANO
A História da nossa Terra


Situada numa aprazível alameda na margem esquerda da ribeira do Alcorrego, Cano é povoação antiquíssima, velha, de fundação a perder-se nas incertezas do tempo. A sua existência é certa em eras para nós remotíssimas , muito antes de os Romanos, senhores de grande poder e sedentos de o aumentar, se espalharem pelo mundo. Se um breve trabalho de raciocínio chegaria para a evidência da antiguidade romana de Cano as construções romanas adentro do seu termo, outros achados corroboram os resultados deste raciocínio; por exemplo a pouca distância do actual aglomerado urbano, no local da Ferroa, foram encontradas moedas, objectos de cerâmica, objectos ornamentais de cobre e descoberto um cemitério romano. (Os cemitérios, que só falam da morte são afinal prova irrefutável de vida).

A chegada dos Romanos à Península Ibérica dá-se no ano 218 a.C. e a sua expulsão no ano 409 d.C.. Cano já existia pelo menos no séc. V. Foi dos dominadores romanos que Cano herdou o seu nome: Cannum, local de passagem de águas abundantes, foi a imagem natural e espontânea que borbulhou no espírito de quem queria baptizar a terra onde se fixava e que lhe oferecia essas características.

No lugar da Represa encontram-se vestígios de remotíssimo povoamento (alicerces, blocos de granito lavrados, restos de uma vetusta barragem vulgarmente denominada Ponte dos Mouros, assim como restos de uma ermida); a invocação desta era a de S. Guilherme, dum tosco S. Guilherme de madeira, incrivelmente medieval. Cano seria das povoações mais ou menos fortificadas que, no séc. XIII, por doações quer da coroa quer dos municípios surgiram na metade Sul do País.

Dentre os velhos povoados deste pequeno recanto da nossa terra era local obrigatório de passagem para todos os povos em migração. Os habitantes de Cano aparecem com pergaminhos de lealdade e valentia, pois é aqui que O. Nuno Álvares Pereira, no ano de 1384, vem buscar o cerne do seu exército para a batalha dos Atoleiros, onde derrotou os Castelhanos.

Na toponímia tudo é português arcaico: basteiros (o mesmo, por certo, que Besteiros) de besteiras ao foro de Calatrava; Pião (ou Peão) de alguma família de "peões"; Mouro, alcunha de povoador medieval; Mingacho (do nome Mem Gacho, Mem Gato) alusão igualmente a repovoa dor. E ainda posteriormente, os topónimos "O. Pedro" e "O. Isabel" que indicam possessões de gente da alta, talvez ligados à Casa Real.

D. Manuel deu-lhe foral em Santarém, a 1 de Novembro de 1512. Todos os forais recebiam uma representação tangível, Foral e Pelourinho são um todo. A Vila de Cano aparece-nos com a dignidade de Vila Cristã já pela nossa história adiante. Ignoramos como teria sido a vida local nos primeiros tempos da nossa nacionalidade.

A Misericórdia foi fundada pelo povo no séc. XVI. Orago: Nossa Senhora da Graça.

Em matéria de monumentos podemos citar a Igreja Matriz, monumento simples mas onde avulta um magnífico altar-mor de mármore, a cores, testemunho da ânsia Renascentista; a Capela de Santo António, com o altar em talha dourada, onde mãos de artista deixaram a marca do séc. XVII, assim como as capelas de S. Sebastião, Santa Catarina, a Igreja da Misericórdia e a Torre do Álamo.

A Vila de Cano era antigamente da comarca e Mestrado de Avis. O concelho de Cano, à data da sua extinção em 23 de Dezembro de 1826, era composto pelas Freguesias de Cano e Casa Branca. Passou a pertencer ao concelho de Sousel até 1855. Extinto este, passou para o concelho de Fronteira e depois novamente para Sousel, que foi novamente extinto em 26 de Setembro de 1895; Cano feito peregrino, passou para o concelho de Estremoz. Restaurado mais uma vez o concelho de Sousel em 13 de Janeiro de 1898, Cano passou a pertencer-lhe definitivamente.

Desde 1 de Novembro de 1512, dia da entrega do seu foral pelas régias mãos do Venturoso, até ao dia triste de 23 de Dezembro de 1826, decorreram 314 anos de vida progressiva, próspera e independente para o concelho de Cano. Na mesma data e pela mesma lei, muitos outros concelhos foram extintos. É esta a única atenuante da injusta e prejudicial situação que, desde então, foi imposta à nobre vetusta e histórica Vila de Cano.

Presentemente, pertence à comarca de Estremoz e Diocese de Évora.

A população canense em 1950 era de 3089 habitantes e segundo os censos de 1991 era de 2012 habitantes.

A Vila de Cano desfruta actualmente duma vida agrícola e comercial de bom nível.

Aqui se lega, resumidamente, parte da nossa História.

(Do Livro "Histórica Vila de Cano" de João Falcato)

SOUSEL


O concelho de Sousel, do distrito de Portalegre, localiza-se no Alentejo (NUT II), no Alentejo central (NUT III). Ocupa uma área de 279,4 km2 e abrange quatro freguesias: Cano, Casa Branca, Santo Amaro e Sousel.
O concelho encontra-se limitado a norte pelos concelhos de Avis e Fronteira, a este por Estremoz, a sul por Arraiolos e a oeste por Moura, pertencendo os três últimos concelhos ao distrito de Évora.
O concelho apresentava, em 2005, um total de 5537 habitantes.
O natural ou habitante de Sousel denomina-se souselense.
Possui um clima marcadamente mediterrânico, caracterizado por uma estação seca bem acentuada no verão. A precipitação ronda os 500 mm entre os meses de outubro e março e os 170 mm no semestre mais seco. Existe uma zona que coincide com um vale não muito marcado e rica em águas subterrâneas, cujas temperaturas são mais suaves, sem geadas tardias ou significativas.
O concelho é essencialmente constituído por terras planas ou por relevo pouco acentuado, salientando-se contudo as serras de São Bartolomeu (370 m) e de São Miguel da Serra (382 m).
Como recursos hídricos, possui a ribeira das Mulheres, a ribeira de Alcôrrego e a ribeira de Sousel.
Tradições, Lendas e Curiosidades
São muitas as manifestações populares e culturais no concelho: a festa de Nossa Senhora do Carmo, feriado municipal, que ocorre na segunda-feira seguinte ao domingo de Páscoa; a bênção do gado, uma festa cultural que ocorre no segundo fim de semana do mês de maio; a festa em honra de Nossa Senhora da Orada, no último fim de semana de agosto; a festa em honra de Nossa Senhora da Graça, no último fim de semana de julho; a feira de agosto, que decorre no penúltimo fim de semana do mês de agosto; a Feira Nova, nos dias 24 e 25 de outubro, e a Feira das Cenouras, no primeiro fim de semana de fevereiro.
Como figuras ilustres, destacam-se Margarida Rosa Lopes, nascida em 1913, que tinha um dom especial para a poesia popular; o poeta Constantino José de Abreu, conhecido por Caipira; José Joaquim Contente, mais conhecido por José Carapinha, poeta e cauteleiro durante cerca de 13 anos, e que deixou relatada esta fase da sua vida nos seus versos.

Economia
No concelho predominam as atividades ligadas ao setor terciário, na área do turismo, nomeadamente hotelaria e pequeno comércio. O setor primário ainda desempenha um papel importante na economia concelhia; o secundário, está representado na indústria de equipamentos hoteleiros, agropecuária e têxtil.
Na agricultura predominam os cultivos de cereais para grão, prados temporários e culturas forrageiras, culturas industriais, pousio, olival, prados e pastagens permanentes. A pecuária tem também alguma importância, nomeadamente na criação de suínos, ovinos e bovinos.
Somente cerca de 1% (559 ha) do seu território é coberto de floresta.

domingo, 3 de julho de 2011

IGREJA DE Nª SENHORA DA ORADA


IGREJA DE Nª SENHORA DA ORADA
História e Monumentos
A fundação das terras de Sousel deve-se, muito provavelmente, a D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, no século XIV, aquando da vitória na batalha dos Atoleiros em 1384.
Foi-lhe outorgado foral em 1515, por D. Manuel I.
A toponímia do concelho parece derivar de Ora Sus a Ell, que terá sido uma frase proferida pelo fundador da vila, D. Nuno Álvares Pereira, antes de partir para a batalha e que, por interpretação popular, deu origem a Sousel.
Segundo outras fontes, o topónimo poderá estar relacionado com a posse destas terras por gente nobre da família dos Sousas, ricos proprietários de Entre Douro e Minho, que tinham propriedades em todo o país.
Ao nível do património arquitetónico e monumental, destaca-se a Torre do Álamo, também conhecida por Torre de Camões, que, segundo parece passou aqui uma temporada. Merece, também, referência a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, do século XVI, que pertencia ao padroado da Ordem de Avis, constituindo uma comenda. Possui três naves com quatro tramos de cinco arcos redondos assentes sobre colunas de ordem toscana, com capitéis simples quadrados. Os arcos laterais estão embutidos nas paredes e fazem parte de alguns enquadramentos aos altares do corpo da igreja. As sacristias são simples, com arcazes de madeira entalhada e ferragens de bronze.
A Igreja da Misericórdia, datada do século XVIII, possui um altar-mor de talha dourada do início do século XVIII, com quatro colunas salomónicas, tabelas e recortes de talha. O interior é todo revestido por um silhar de azulejos azuis e brancos, dividido em painéis, nos quais estão representados vários episódios do Velho Testamento e algumas figuras de profetas.
A Igreja de Nossa Senhora da Orada foi originalmente edificada no século XV, tendo sofrido posteriormente remodelações. Segundo a tradição, esta capela foi edificada no local onde D. Nuno Álvares Pereira orou antes da batalha dos Atoleiros.
De referir também ainda a Igreja do Convento de Santo António, datada de 1605 e modificada posteriormente. Possui uma frontaria simples com um grande janelão, pináculos na cimalha e quatro pequenas pilastras com esferas. A cúpula é uma pirâmide rematada por um cata-vento. O interior é em abóbada de berço com seis altares laterais embutidos em arcais de parede.
(foto JRSIMAS )

sábado, 2 de julho de 2011

TENHO SAUDADES ........


Tenho saudades do Alentejo,

Dos campos verdes cheirando a poejo,

manhã cedo o nascer do sol.

Nas longas de noites de Primavera,

Ouvir ainda; ai quem me dera!

O cantar alegre do rouxinol.

Das tardes calmas amo a doçura,

E do céu azul a formosura,

Longas planícies abrindo em flor.

Oh minha terra abençoada,

Pelo Guadiana foste beijada

Tua beleza é um hino ao amor

Da minha infancia, guardas segredos

Que escondia por entre arvoredos,

Quando sózinha andava a brincar.

E da minha aldeia branquinha,

Lembro também a magia que tinha,

Cantar cantigas á luz do luar.

Trago comigo sempre a imagem

Da pitoresca e bela paisagem,

Jóia tão rara da natureza.

Podes ser pobre, mas és feliz!

De todas as terras do meu país,

És tu Alentejo a linda princesa.

ROSA MIRA
Agradeço à "pintora" este belo quadro !
(Foto JRSIMAS )

sexta-feira, 1 de julho de 2011

FOI E É ASSIM........ SERÁ?


Ando a espalhar tempo pelas ruas, a atirá-lo ao vento. Esbanjar no verdadeiro sentido desta palavra de má índole.
Receio que me falte um dia destes ? que o vá procura na cesta e a encontre vazia.
Se faço alguma coisa para saltar à frente de tal destino? Não tenho tempo para pensar nisso. Melhor, de tanto pensar nisso fico sem tempo para viver ? na verdadeira magnitude da palavra. Lamentável, não é?

O tempo abafa o tempo que a vida da gente tem. Há vontades esmagadas pelas esquinas, desejos embrionários abortados a cada hora. Cada um sabe com o que conta, mas às vezes esquece com o que quer contar. Não são lembrados momentos que sorrisos nos habituaram a transportar, agora nem chegam à memória: são fogueiras esgotadas sem mais lume para dar.
O que é que nos falta? O que é que à gente insiste em faltar? É tempo. Nem que tanto não seja para fazer chegar à consciência que tempo é coisa que não existe; tempo é algo que a gente faz.