segunda-feira, 31 de maio de 2010

DA VIDA AO SONHO



II
Vem!.. Entrelaça as tuas mãos nas minhas,
Vamos descendo pelo vale em flor,
Andam fazendo o ninho as andorinhas...
Quero falar-te sobre o nosso amor!

Como é ditoso,agora,ser pastor
Dum rebanho que é nosso e acarinhas!
Ser dono destes campos ao redor,
Jamais frutificam se não vinhas!

Beber contigo destas meigas fontes!
Contemplar estes magos horizontes!
Ouvir do merlo os cantos joviais!

Beijar-te doidamente...e,com desvelos,
Engrinaldar depois os teus cabelos
Com mimosas flores dos laranjaias !

DA VIDA AO SONHO


I

No meu cruel e amargo isolamento,
Recordando vivi, atormentado,
Os anos que na esperança dum momento,
Por ti passei guardando alheio gado!

Eis senão quando,vago e descuidado,
Escutava tristonho a voz do vento,
Julguei ouvir-te-Oh Céus-olhei o prado
E surgistes num mago encantamento!

Sim eras tu minha pastora linda,
Dentro do meu peito frio,há pouco ainda,
Brotou de novo a chama que me aquece!

Ando tão louco,Amor, que até suponho
Que a distância que vai da vida ao sonho,
Não é tão grande como nos parece

terça-feira, 25 de maio de 2010

SAI UMA AÇORDA À SOUSEL !!



Açorda à Alentejana (Sousel)

Ingredientes: 1 bom molho de coentros (ou um molho pequeno de poejos ou uma mistura das duas ervas), 2 a 4 dentes de alho, 1 colher de sopa bem cheia de sal grosso, 4 colheres de sopa de azeite, 1/5 litro de água a ferver, 400 gramas de pão caseiro (duro), 4 ovos.

Preparação: Pisam-se num almofariz, reduzindo-os a papa, os coentros (ou os poejos) com os dentes de alho, a que se retirou o grelo, e o sal grosso. Deita-se esta papa na terrina ou numa tigela. Rega-se com azeite e escalda-se com água a ferver, onde previamente se escalfaram os ovos (de onde se retiraram). Mexe-se a açorda com uma fatia de pão grande, com que se prova a sopa. Introduz-se então no caldo do pão, que foi ou não cortado em fatias ou em cubos, ou partido à mão, conforme o gosto. Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina.

Sugestão:Nada melhor para a ressaca de uma bebedeira, acho! eu dava-me bem!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O TEU GESTO MAIS PROFUNDO !


Como é possível que eu te sinta
Sem nunca te ter tocado
Sem nunca te ter corrido
Com as mãos o corpo, o pescoço
Sem os teus lábios ter beijado?
Como é possível te ver ao lado
Tão presente,
De corpo tão quente
Sobre o meu debruçado?
Como é possível poder
Ser tudo o que queria ter sido
Ter tudo o que queria ser tido
Sem ouvir de ti
Esse amor não dito?
Serei eu o mito que alguém sonhou?
Serei eu o "por vir",
O que não aconteceu,
O grito que não valeu?
...Serei eu?

Sou,
No resto do meu mundo
O teu gesto mais profundo.

(A uma princesa muito, muito especial)

terça-feira, 18 de maio de 2010

13º-FESTIVAL DA CANÇÃO INFANTIL E JUVENIL DE SOUSEL


Terça-feira, 18 de Maio de 2010
13º- Festival da Canção Infantil e Juvenil de Sousel
Com o objectivo de estimular a divulgação da música portuguesa e incentivar o aparecimento de novos intérpretes, a Associação Recreativa e Cultural de Sousel, irá realizar a 13.ª edição do Festival da Canção Infantil e Juvenil de Sousel, no próximo dia 19 de Junho de 2010, pelas 20.30h no Largo do Mercado, em Sousel.

Se tens entre 4 e 17 anos de idade PARTICIPA!!! Inscreve-te até 4 de Junho de 2010...

sábado, 15 de maio de 2010

HOMENS GLORIOSOS


Sentei-me sem perguntas à beira da terra,
e ouvi narrarem-se casualmente os que passavam.
Tenho a garganta amarga e os olhos doloridos:
deixai-me esquecer o tempo,
inclinar nas mãos a testa desencantada,
e de mim mesma desaparecer,
— que o clamor dos homens gloriosos
cortou-me o coração de lado a lado.

Pois era um clamor de espadas bravias,
de espadas enlouquecidas e sem relâmpagos,
ah, sem relâmpagos...
pegajosas de lodo e sangue denso.

Como ficaram meus dias, e as flores claras que pensava!
Nuvens brandas, construindo mundos,
como se apagaram de repente!

Ah, o clamor dos homens gloriosos
atravessando ebriamente os mapas!

Antes o murmúrio da dor, esse murmúrio triste e simples
de lágrima interminável, com sua centelha ardente e eterna.

Senhor da Vida, leva-me para longe!
Quero retroceder aos aléns de mim mesma!
Converter-me em animal tranquilo,
em planta incomunicável,
em pedra sem respiração.

Quebra-me no giro dos ventos e das águas!
Reduze-me ao pó que fui!
Reduze a pó minha memória!

Reduze a pó
a memória dos homens, escutada e vivida...

Cecília Meireles, in 'Mar Absoluto'

domingo, 9 de maio de 2010

BENFICA


Se o BRAGA , PORTO e SPORTING podiam ser campeões , poder podiam mas não é a mesma coisa:
Estou bem perto do local reservado já há algumas semanas , e esfuziante a forma o contiudo dos festejos, algumas excesso mas tudo bem , bebemos a determinação de anos , foi limpinho .. sem espinhas sem bolas de golfe e sem atemorizações preconcebidas.........
O PIB a partir de amanhã vai aumentar !!!!!
Foto Sapo

sábado, 8 de maio de 2010

SEMENTEIRAS !


Sempre a mesma tremideira,desta ansiedade crónica ,senti.me como estivesse a arar o meu próprio destino,deitando as sementes de uma vida.
Não era a minha ferramenta, mas comecei pelo "principio" lavrando uma terra virgem que poderia dar uma boa colheita.
Bem longe estava do meu couto, a fazia a primeiras experiências neste velho e ferrugento "utensílio"que serviria de estágio para o que se seguia.
Quando cheguei, não tinha o capital suficiente para encetar uma boa sementeira, esperava com esperança a minha vez,que iria surgindo , passo a passo , momento a momento , desde um lagar , até à distribuição de refrigerantes.
Mas ainda não estava nos meus terrenos onde para o qual me ensinaram a teoria , surge a oportunidade de lavrar os meus receios e as minhas esperanças e começar enterrar a semente para usufruir no futuro a colheita que merecia, se é que a merecia , fiz por isso.
Dependendo das incertezas muito dado a estas coisas da " Agricultura" germinaram graciosas presenteando o produtor e suscitando interesses diversos.
Mais que não fiz senão continuar a proceder da mesma forma , deixando de escutar os ancestrais "agricultores" investindo numa outra área que desconhecia que por influencias iriam danificar ou meus coutos.
Quando me fui apercebendo nem sementes nem terra, estava colhendo a piores das ultimas colheitas,perdi até as papoilas dessas planices douradas.
Quando dei por mim estava na selva do cimento , sem campos virgens para semear voltando-me para outras vertentes.
Motivado pelo sonho de ser o mesmo "agricultor" percorri trilhos e caminhos adversos,delegando a quem me parecia de confiança que soube fazer a " agricultura intensiva".......

sexta-feira, 7 de maio de 2010

OLIVEIRAS ....DESTA VIDA !!!


A Oliveira

Sentei-me à sombra fagueira
Duma frondosa oliveira,
Posta à beira do caminho;
Nem uma folha tremia;
E no silêncio, eu ouvi-a
Murmurar muito baixinho:

Foi um moço cavador,
Que me pôs com todo o amor
Neste chão abençoado;
E depois de estar criada,
Eu dei-lhe o cabo de enxada
E o timão de seu arado.

Quis dar-lhe a trave do lar;
Dei-lhe a lenha para queimar,
Dei-lhe o azeite para a ceia.
Dava-lhe a sombra no estio
E em noite de Inverno frio
Dava-lhe a luz da candeia.

Vi-o velhinho e cansado
Dei-lhe o nodoso cajado
Mas,fosse lá pelo que fosse
Farto da vida, buscou-me;
Veio a meu braços, mirou-me
E nesse ramo, enforcou-se !

Olhei a triste oliveira,
A dar-me a sombra fagueira
Nesse dia abrasador;
Estava cheinha e fruto,
Como coberta de luto,
Pela morte do cavador.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

OLHAR A PLANICE !!


Acordei com o cheiro do Alentejo, aquela ansiedade costumeira que eu tenho sempre que penso deslocar-me de carro, só passa quando estou instalado ao volante, ouvindo musica da minha rádio preferida.
Pouco trânsito, claro eram sete da manhã e foi feriado, rolei como gosto e para primeira refeição uma bifana " daquelas de Vendas Novas " foi de "estalo".
Assim , fui-me aproximando da planice , chegando devagarinho, inalando o cheiro de um chuvisco que apareceu entre Montemor e Arraiolos, nada interrompia a minha
viagem no tempo.
Não, não gostei da condição da estrada ,pior um troço de Estremoz para Sousel,mais se acentuam as assimetrias quando maior é a distancia do litoral.Mas naquele momento nada importava, se bem que aquela troço o asfalto ainda deve ser o mesmo de à 40 anos, quando eu andava à boleia num vai-vem para a cidade de Tomaz Alcaide.
Olha. lá está ele , o castelo ,sinal que estava chegando, mais uma vez matei a saudade a mais uma vez viajei no tempo............ que felicidade, subi a Rua do Reguengos e fui direito ao Rossio , para estacionar a viatura.
Fui ao mercado , passeei entre legumes fruta e o celebre BRILHOL... já faz um tempinho.
Depois desloquei-me para a FIAPE ,fui a procura de uma amiga destas andanças A BOLOTINHA , encontrei vi o seu stand , achei uma simpatia , vi também uma Empresa de Sousel bem representada , onde eu trabalhei, gostei.... visitei alguns stands a passei pela nossa gastronomia .
Espargos com carne de porco preto ,à pois é !!!
Tinha que ir a Sousel para uma passagem rápida.... e fui, um silencio de ouro e uma nostalgia imensa ....
Foto:jrsimas