sábado, 14 de maio de 2011

É JÁ ALI........ !!!



Lembras-te, ? Lembras-te de quando reuníamos a trupe de vizinhos da Aldeia Teles e, cavalgando e empunhando paus de vassoura - cavalo e espada - percorríamos em formação de combate todas a ruas em redor, tentando desmontar o inimigo? E de quando disputávamos os jogos de hóquei, sem patins e tacos de pau , sem nunca sair da vila , sem treinadores ?
E lembras-te das viagens feitas na carcaça do velhos do carros de mulas, de pé sobre os bancos .......
E as travessias oceânicas na ribeira das "mulheres "
E como era gratificante pular de barco em barco, na ribeira , ou no cais imaginado. Que navegações magníficas fazíamos nesses tempos. Viajávamos em paquetes que num só dia iam e vinham ....... redescobríamos as costas de África, o Brasil e a Índia. Era nesse velha Nau, que a puta da imaginação não conhecia limites.
Por vezes, a tripulação amotinava-se e dividia-se deixando a bordo da nau encalhada os mais obstinados, ou musculosos, enquanto outra facção abandonava o navio e recolhia-se em birras e o filme mudava para as aventuras do Buffalo Bill,depressa mudávamos a cena ,desde que todos tivessem armas de pau .....e então era a "Batalha " pumm está "morto" . E os almoços esquecidos – que isto de andar em guerras e aventuras esforçadas tira a fome – garantiam ralhetes à chegada ao aquartelamento. Mas era assim mesmo. Tínhamos que navegar muito, ou nunca seríamos dignos herdeiros das tradições dos que dobraram o Bojador e o Boa Esperança, chegaram à Índia e atravessaram o mar......
Hoje, são iates que lá estão nas Marina. Limpinhos, lustrosos e cheios de mariquices. Desconfio que mesmo quando saem para o mar, não navegam nada.
E tu, Zé, continuas a navegar? Remendaste as tábuas partidas dos teus sentimentos e deixas que a imaginação ainda te emocione? Por onde voas agora no velho avião que sempre sonhaste pilotar? Eu sei que navegas. E quem navega, ou parte à descoberta do mundo e encontra partes de si, ou parte à descoberta de si e encontra o mundo.
Não fundeies o navio ou o avião, Zé , não largues a âncora da imaginação. Navega, navega sempre!

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