terça-feira, 28 de julho de 2009

IDA PARA A "GUERRA"


Éramos meia-dúzia de rapazotes que queria entrar na "guerra" mas a dita só abria no dia seguinte às nove da manhã, tivemos que passar a noite numa pensão.
Quando a "guerra" abriu pelas 9 da manhã do dia 24 de Abril de 1974 lá entramos,isto quer dizer que estávamos na véspera da revolução dos cravos.
Estava um ambiente de sereno,mas havia qualquer coisa no ar ,eu sentia-o em plena caserna ouvimos o Depois do Adeus e mais tarde Grândola vila Morena.
Pronto foi só o Zé ir para a tropa para isto se dar,pois foi ,sem tirar nem pôr, palavras dos meus amigos.
Afinal parece que a "guerra" tinha acabado citando o Raul Solnado, mas não acabou ainda tive que suar as estopinhas para fazer O CSM em Santarém.
Mas assim que saí do quartel deram-me logo um cravo vermelho e muitos abraços .sentia me um héroi, sem nada fazer para isso.
Outros tempos se aproximavam , outra metodologia de fazer a tropa, mais indisciplinados começaram a crescer os cabelos e as barbas as calças da farda que eram à boca de sino os blusões de cabedal.
Nada disto veio a acontecer na EPC em Santarém ,porque mesmo que lá estivesse o herói a disciplina era mantida,pelo homem, pelo carácter e pela exigência,Salgueiro Maia.
Era de cavalaria mas não tinha cavalo, mas o grito é galope a galope a galope ...!
Posto isto, diria que tudo valeu apena .......

2 comentários:

  1. Pois é meu amigo, isto ninguém nos tira, ter o previlégio de viver aquele momento.
    Quando ninguém se lembrar de Abril, eu continuarei a pôr o meu Cravo na lapela.
    Um abraço
    Zé Ventura

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  2. Sabes Zeii

    Este é um país em que só os medíocres medram. Salgueiro Maia era um homem enorme para um país tão pequeno.

    Estava a mais num país assim e partiu como todos os heróis partem, não da doença que o vitimou mas da porcaria de país que o matou.

    Abraço!

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