segunda-feira, 4 de julho de 2011

CASA BRANCA (SOUSEL)



Casa Branca é uma freguesia portuguesa do concelho de Sousel, com 100,83 km² de área e 1.392 habitantes (2001). Densidade: 13,8 hab/km².
Localizada numa extensa planície coberta por olivais, no fértil Vale de Freixo, junto à margem direita da Ribeira do Almadafe, a freguesia de Casa Branca dista doze quilómetros da Vila de Sousel. A agricultura mantém-se como principal actividade económica, assente na exploração da vinha, olival (azeite), cortiça, tomate e cereais. A indústria lagareira tem um papel preponderante na economia da freguesia.
Toponímia
Em relação à formação e origem do topónimo «Casa Branca», fala-se que este deriva de uma casa isolada, construída para guardar os utensílios de lavoura de uma quinta aí existente, designada Quinta do Zagalo:
«a primeira [casa] que ainda existia edificada, datava de 1581 construída, sem dúvida, do calcário muito branco que ali existia e que exposto à acção da luz, se petrificava e assim facilmente se faziam blocos, quando ainda brando, para após o seu endurecimento, se construírem os muros, ficando os prédios, mesmo sem cal muito brancos e quem sabe, talvez daí a origem do nome «Casa Branca», que se estendeu a todo o aglomerado de casas.»
Por outro lado, a dita casa era uma referência para os caminhantes da época, especialmente para os padres vindos de Évora que, ao avistarem-na, sabiam estar perto do seu destino: Avis.
História
A documentação existente é pouco clara quanto à origem de Casa Branca. Um documento de Manuel Severim de Faria (1582-1655) refere que os terrenos onde assenta hoje a freguesia de Casa Branca pertenciam ao Conde de Sabugal, D. Duarte de Castelo Branco. Este possuía, entre outras propriedades, uma herdade junto ao Concelho de Avis, ao norte do Lameirão.
Em virtude da pobreza desses terrenos, D. Duarte de Castelo Branco auferia poucos rendimentos da herdade, o que resultou na decadência da mesma. Por conseguinte, resolveu D. Duarte de Castelo Branco dividir esse vasto morgado em glebas para aforamento a particulares. Os foreiros tinham como obrigação «o pagamento de um certo foro anual e os quartos». Conseguiu, assim, o Conde de Sabugal «uma povoação de alguns cem visinhos que lhe rende hoje o dôbro que a herdade lhe rendia (…)», justificando assim a divisão territorial por ele efectuada1. Ao longo do tempo, foram os descendentes alienando todos os terrenos em volta, onde se construíram propriedades urbanas.
A freguesia sediava-se primitivamente em São Brás. Após o grande terramoto de 1755, que também sacrificou esta freguesia, foi extinta a sede (São Brás) que tinha na altura «noventa e seis vinhas dentro da Aldeia e setenta e duas dispersas pelos montes»2. Permaneceu, desses tempos, o nome de uma importante feira, a «Feira de S. Brás» ou «Feira das Cenouras», que acontecia todos os anos no início do mês de Fevereiro e onde se realizavam «importantes transacções em porcos gordos, gados de todas as espécies, azeites, etc.»3.
Na década de 30 do século XX, a vida económica da freguesia de Casa Branca estava marcada pela grande produção de trigo e pela exploração dos vastos montados de azinho e sobro, como também dos olivais.
Notas de Rodapé
1. M. S. Faria citado por Lavaredas, Brados do Alentejo, 1936
2. Lavaredas. Brados do Alentejo, 1932
3. Brados do Alentejo, 1934
(fotos josé varela)

1 comentário:

  1. Li também um bocado desta história.Gostei muito.
    Sou dos Açores, mas gosto de ler história do nosso país. Noutra ocasião dou cá um saltinho e leio mais.Um abraço!..
    Denis Correia Almeida

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